A correria era imensa, entre estar no topo das melhores, a trabalhar de meio até ao fim da semana ainda entregava trabalhos, editava documentários, chumbava a economia, acidentei-me de carro na viagem de final de curso mas, lá estava eu. Finalista e apaixonada.
Um dia cai e só ano pós ano eu me ia levantando. Vitória a conquista, de choro a desespero. A tentar entender porque te amava. De batina preta os meus pais fotografavam-me. Todos estavam felicérrimos e eu estava tão elegante, sempre a dirigir as batutas. No sol escaldante a capa preta afligia-me. Sufucava-me a batina dizia eu a minha mãe, que se ria. Ela pagou-me o curso. Os trocos que eu ganhava no bar eram para eu amealhar dizia a Nina- a minha mãe passo a apresentar.
Não ouvi o discurso. Sequer soube quem discursou. Procurava cegamente a tua pele. E se querem saber nem nunca soube porque nunca foste a minha bênção. Nunca. Finalista, cheia de sabedoria, e ali, sozinha encontrei umas das minhas lições da minha vida. Não se ama alguém que não nos ama. Não se perde horas a agonizar quem não nos corresponde. Ninguém tem o direito de estragar o dia mais feliz das nossas vidas. Até ali esse foi o dia mais realizado da minha existência. Onde comecei e terminei algo. Dentro de prazo, já agora.
Pois não. Ninguém tem esse direito de fazer alguém menos feliz. Nem nós próprios. Almocei com os meus pais radiantes. Era a primeira filha doutora. Eu, longe, a tentar reconstruir-me das minhas lágrimas indisponíveis para sair. Tu nem foste. Tu nem quiseste saber como era a minha felicidade. Dantesco a capacidade de nos expressar-mos felizes quando o sonho se dissolve perdido, no dia em que acabei com aquela cegueira de te amar incondicionalemente. Parva ainda levei esse amor até onde tu quiseste. Ainda vivi ao teu lado mais seis meses. Mas foi naquele dia eu soube. Quando tudo acabar nunca mais, nunca mais ninguém me magoa.
Até ao dia que me apaixonei seriamente outra vez.ELLA
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