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02/04/11

Ella & Romeo

O que me fez parar, quando, em pleno Milão, a chuva batia forte, as almofadas imaculadamente brancas pediam carinhosamente para deitar a cabeça e a noite fazia anunciar uma nova aura, de gente bonita, glamorosa e pronta para sorrir? Estava estoirada de não parar. Sabes há quantos anos não paro? O que me fez parar, e olhar para um quarto lindo, grande, em mármore e cabedal quente acastanhado? Algo me dizia. Por mais que a vida tenha coisas nunca vistas, nunca sentidas, nunca tocadas, que serve se não partilhado, com partilhado, agarrado por duas pessoas?



O relato da nossa memoria fica mais vazio. Naquele momento algo notavelmente especial pela frente a nossa voz cala-se e soa um ruído de vazio pleno dentro de uma aura e espírito desprotegido. A alegria de ver uma cara conhecida, de uma música familiar…até até um toque de telemóvel é diferente. Amostras que algo nosso está por perto. O resto é desconhecido, temos medo de viver algo terrivelmente magnifico e ficar só para nós.
My 'Romeo' faz-me ainda mais falta. Ver desfilar gente que sabemos quem são, mas não sabemos como são, rodopiar pelos corredores das flash interview abarrotar sem poder comentar e exaltar um som de alegria. Deitarmos-nos pós um banho de imersão numa cama grande demais é bom, mas sem dúvida que tudo isto tinha mais magia se a companhia certa estivesse lá.  Não esteve! Por alguma razão viajo sempre acompanhada e apenas nesta curta viagem a Milão me apercebi, apenas e somente comigo, que na hora da despedida tudo fica com menos encanto se tivermos sós, mesmo pós vividos requintados tempos sozinhos! Não quero isso para mim. Ouviste? Ainda me ouves? Quero-te.
ELLA

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